banalidades

Ando há duas semanas a espirrar. Dois espirros seguidos, sempre.
Agora que estou mesmo constipada, são três de uma vez.
Até a espirrar sou certinha... :D

Ora então vamos lá...

Eu já o fiz algumas vezes na minha cabeça, mas ainda não o pus por escrito. E esta é uma forma tão boa como qualquer outra.
2013... O que tenho eu a dizer sobre esse ano que já lá vai?
Que foi bom. Do género "bom porque aconteceram muitas coisas boas?" Não...
2013 deu-me muito pouco do que eu queria, mas acabou por dar-me exatamente o que eu precisava.
Foi o ano que em:
- Descobri que a minha ex-namorada afinal gosta de homens, o que não era propriamente notícia de última hora, mas isso ajudou-me a arrumar o resto da tralha mental que ainda andava por aqui. 

- Internei compulsivamente a minha mãe, que está muito doente, mas que se recusa a ser ajudada e a melhorar. Durante esse processo cresci mais do que no resto do ano e por dentro tive "eurekas" indescritíveis. 

- Fiz a minha primeira grande viagem sozinha e isso deu-me um prazer tremendo. Diverti-me à brava e pensei muito naquela coisa que se diz que chegámos a este mundo sozinhos e sozinhos dele vamos partir. O resto é um extra.

- Tive mais saúde do que pressentia que ia ter. Fui a médicos, fiz exames e estava mais do que boa.

- Comecei o tratamento ortodôntico, um desejo mais ou menos abafado ao longo de décadas. E estou felicíssima com os primeiros resultados. Afinal sorrir é uma das coisas que mais gosto de fazer.

- Entrei pela primeira vez numa piscina. Nunca o tinha feito porque tinha (se calhar ainda tenho) medo de muita água junta, mas consegui ir às aulas com uma assiduidade e consegui divertir-me com aquilo. Ainda não consigo fazer todos os exerícios, não por falta de aptidão física, mas por causa do medo. A seu tempo lá chegarei.

- Continuei a meditar em grupo e a aprofundar o modo de vida budista, que é algo que me faz mais feliz e que me salva nos mais diversos momentos.

- Fiquei em melhor forma física. Perdi mais uns quilos e ganhei massa muscular. E quero agradecer o meu fabuloso rabo novo ao meu professor de hidroginástica.

- Andei apaixonada por uma grande amiga. Fiz quase tudo para lhe conquistar o coração e a mão (literalmente a mão. Casar é a fita que se corta depois de uma maratona). Mas foi em vão. Resta-me a memória de uma das viagens mais felizes que fiz pela Europa (e eu já fiz quase duas dezenas delas) e de meia dúzia de aprendizagens que fiz.

- Sendo que uma delas é a seguinte: vou passar a ter menos espaço na minha vida para as pessoas viciadas em depressões, pessoas que não se dão por terem medo de ficarem a perder, pessoas que acham que querem participar na alegria na vida mas que no fundo apenas querem a energia dos outros para sobreviverem a mais uma semana de trabalho. Não quer isso dizer que vou ter menos espaço para as imperfeições humanas. Au contraire. :) Quero ser ainda mais meiguinha este ano, comigo e com os outros.

- Comecei a trabalhar numa escola diferente. De início, não gostei muito, porque faço mais quilómetros e porque adaptarmo-nos requer energia. Mas acabei por descobrir que é o lugar onde eu preciso de estar, por razões profissionais e pessoais. Às vezes queremos que tudo fique da mesma maneira, que nada mude, mas a vida desinstala-nos. E ainda bem. :)

- Descobri que é possível ser feliz sozinha, sem estarmos apaixonados, sem termos ninguém que nos aqueça os pés e afins. Descobri que há felicidade suficiente no dia a dia, nas pequenas coisas, no encontro com as pessoas. Que o mais importante é termos saúde e construirmos a par e passo a paz interior. E sorrir, sorrir é para lá de importante.

Começado 2014, estou num lugar bem diferente de há um ano. 
A única coisa que peço a 2014 é saúde. O resto faço eu, conforme eu desejar. Não peço uma cara-metade, nem paixões, nem momentos extraordinários, nem coisas inesquecíveis. Quero apenas ter a vitalidade para me sentar durante meia hora por dia no zafu, pernas para caminhar e alegria para me rir das coisas risíveis. E respirar, quero respirar muito em 2014. :)