Baaammmm!

Eu tenho andado por ali noutros lados do universo.
Sou uma mulher de letras, é certo, mas a ciência fascina-me, sobretudo a cosmologia. E para nunca perder a perspectiva da "big picture" gosto de ler sobre a formação do universo.
Pois que no princípio, não era o verbo, até porque começar uma frase com um verbo deixa o sujeito apenas subentendido e nesta coisa dos sujeitos convém estar tudo às claras.
No "mais ou menos princípio" eram as partículas elementares e muita radiação. Mas mesmo muita radiação! 

No que gosto mesmo de pensar é que o Big Bang não foi uma coisa que aconteceu e pronto. Está feito, não se fala mais nisso, a não ser no CERN. 
O Big Bang ainda está a acontecer e cada um de nós é o Big Bang a acontecer.
Agora se olharem para aquele gajo do trabalho que está sempre a chatear-vos a cabeça como se ele fosse o Big Bang a acontecer, isto tudo muda de perspectiva, não?

Palavra de honra que é o que tenho tentado fazer nestas semanas: ver os pessoas e os acontecimentos como uma expressão natural do universo.

Uma das coisas que mais me espantou aprender foi o seguinte: há muito mais espaço livre do que possamos pensar. No átomo, entre núcleos e as outras partículas, há imenso espaço.
Portanto, é uma boa notícia: há bué espaço livre. Cerca de 70% do universo é composto por ele.
Por isso, é-me difícil perceber porque é que os japoneses são capazes de viver em 10 metros quadrados de casa. Coisas que uma pessoa vê no youtube...

Entre esse espaço livre, há os eletrões que se mexem muito e nunca se sabe para onde vão a seguir.E isso é uma das coisas que mais intriga o pessoal da física quântica. Se conseguimos prever o comportamento de uma maçã em movimento, porque é que não conseguimos prever para onde vai o eletrão?

Neste momento, temos eletrões a saltirar de formas imprevisíveis em nós. E assim o universo joga às escondidas. E nós também.

Agora há eletrão, a seguir não está lá.
Agora há silêncio e a seguir som. (A música existe porque o silêncio também existe, reparem.)
Num momento há tristeza e noutro alegria.
Num momento estamos com alguém de quem gostamos muito, depois a pessoa vai embora. 

Ritmo. O Universo é ritmo diversificado. Se fosse tudo sempre da mesma maneira, não havia necessidade de espaço e tempo. Se fosse tudo do mesmo modo, o universo era o continuum de uma mesma nota musical, sem oscilações nem interrupções, a ser tocada ad nauseam. Nem sequer existiríamos e mesmo que existíssemos (cientificamente impossível, porque somos resultado dessas assimetrias de espaço-tempo) morreríamos de tédio.
 




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