Dizem que o timing é tudo. E se calhar é.
Tal como todos os seres humanos, também eu me detive tempo demais onde não devia. Todos já vivemos situações em que nos foram tirando a energia vital em suaves prestações. Em que nos foram cansando o coração e esquecendo-se de nós nas horas da nossa inquietação.
Felizmente que a vida não é sempre assim. Que há equilíbrio e simetria suficientes para sorrirmos de manhã e rirmos à tarde e à noite. Que há mãos que seguramos e que conhecemos bem, porque também já as segurámos em tempos de desamparo.
Dizia-me no outro dia uma amiga de quase duas décadas que eu estou mais eu de há uns tempos para cá. Que agora sim, me reconhece no sentido de humor afinado, na risota pegada em que nos metemos quando conversamos e no sorriso mais constante e insistente. Para além daquilo que as amigas verdadeiras nos dizem de coração "Estás mais bonita, mais desempoeirada, mais leve e mais em forma".
E é verdade. Profissionalmente estou a viver um momento dourado, saí do armário para os meus melhores amigos (de quem fiquei ainda mais próxima) e tenho no coração a paz e a alegria para viver e sorrir feliz durante os dias e para fazer rir e sorrir quem me rodeia. E se me perguntarem do que é que eu gosto mesmo de fazer, não tenho dúvidas. É de espalhar alegria e sorrisos.
Nos meus melhores momentos, tenho energia suficiente para fazer o impossível. A questão é que já me deixei usar, como se fosse um gerador que alimenta, que põe de pé, que dá corda ao boneco para fazer mais uma milha. E palavra de honra que isso não me apoquenta, desde que não me enruguem o coração.
Uma das coisas que mais me custou aprender foi sair quando era tempo de sair. Não gosto de despedidas, não tenho jeito para despedidas, mas às vezes tem de ser. E o truque é nem cedo, nem tarde demais. No momento certo.
Lembro-me bem de uma altura em que saí tarde demais e mal ia saindo viva.
Este fim de semana, calhou ver uma foto de alguém de quem me despedi porque me enrugou repetidamente o coração. E enfim, um boneco desinsuflado que mal se põe de pé e que nem meia milha faz. Honestamente, isso deixa-me triste. Claro que sim.
Se eu podia ter ficado em modo de gerador de noite e de dia? Podia, mas não seria a mesma coisa para mim.
São palavras de quem vive a vida. Estás com uma grande sincronização com a energia boa, faz sentir-te o sangue a correr nas veias - Boa !
ResponderEliminarCordiais cumprimentos. :)
Bem-hajas, Bocagiano! :)
EliminarAbraço