O tempo

sempre me ensinou a confiar nele. De tal maneira que, quando me cruzei com aquela frase, guardei-a como um tesouro. “O único motivo para o tempo é para que tudo não aconteça ao mesmo tempo”.
Nunca noite que é o calendário diz que é de verão, mas o tempo lá fora é capaz de contrariar a coisa, põe-se uma pessoa a pensar naquilo que deveria ter feito, mas não fez. Um convite que nunca se lançou. Uma pergunta que nunca se fez. Um caminho que não se iniciou.
A oportunidade perdida é das coisas que mais me intriga. A janela que se abriu não volta a abrir-se? Será que não a perdemos verdadeiramente o momento ou, força do destino ou algo que o valha, ele volta a surgir? 
É que às vezes o tempo vem mostrar-nos que a resposta esteve sempre à frente do nariz e que a contornámos sempre. Mais tarde, vemos os sinais todos alinhados nessa direção, em que não reparámos.  Quer dizer, até reparámos, mas havia outra coisa que parecia mais importante. E no entanto não era. Resta-me dobrar o continuum espacio-temporal.


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