Random

Este fim de semana:

- jantei duas vezes com os meus manos, coisa que já não acontecia há muito tempo porque um deles ainda está na cidade da Torre Eifel.

- fiz o meu primeiro retiro de meditação, zazen neste caso. Um dia inteiro a meditar... é obra.

- conheci o meu primeiro monge budista ao vivo.

- o mesmo monge apertou-me a bochecha direita. Foi um querido, porque houve um momento em que precisei de uma orientação especial e ele foi de uma humanidade impressionante.

- ensinei o meu sobrinho a dizer "like a boss". Tenho de começar a passar mais tempo com ele, porque é muito engraçado vê-lo crescer.

- dormi 21 horas. É uma das coisas boas do outono. Faz-me desacelerar e descansar mais.

Um boost de motivação

Eu sou uma mulher capaz de encontrar a fonte interna de motivação. Palmadinhas nas costas e "muuuuito bem" dos colegas são coisas que já não me impressionam tanto.
Mas receber um louvor do conselho pedagógico é outra coisa. Se é!

A quote partially outdated


"At this moment,there are 6,470,818,671 people in the world. 
Some are running scared. 
Some are coming home. 
Some tell lies to make it through the day. 
Others are just now facing the truth.
Some are evil men, at war with good. 
Some are good, struggling with evil.
 6 billion people in the world, 6 billion souls.
 And sometimes all you need is one."
-Peyton Sawyer


No aeroporto


Correm um para o outro de braços abertos,
exclamam ridentes: Até que enfim! Enfim!
Ambos vestidos com agasalhos de inverno,
gorros de lã,
cachecóis,
luvas,
botas,
mas só para nós.
Porque um para o outro estão nus.
 
Wislawa Szymborska
 
 

Não é meia-noite quem quer

Lê-lo e a ouvir a voz dele, enfumarada e de palavras por dizer.
Lê-lo e ficar a ouvir a voz dele, que depois é a minha a puxar pelo fio das coisas e a descobrir pontas soltas.

Fazer nós.
O que fazer de nós?

Se há coisa que tenho pena foi de não ter sido escuteira, só para aprender a fazer nós. E a acampar, isso também é divertido.

Porque pontas soltas inquietam-me, tal como os segundos do relógio de cozinha a clicarem numa passagem do tempo que mais ninguém ouve.

Talvez não se queira ser meia-noite porque já existem demasiadas coisas pela metade.

É isso. Uma noite inteira. Sem ponteiros de relógio, sem pontas soltas.
Ainda é cedo para ser meia-noite.



Os Bórgias

A voz demoníaca do Jeremy Irons é impagável.

avulso

- A minha ex anda a fazer-me umas cenas incríveis... Tou fartinha. É sms, emails, cenas no facebook...
- A minha nunca me fez nada disso. Nem sei se está viva. Nunca mais deu sinal.
- Isso até é bom...
- É ótimo! Como namorada não era grande coisa, mas como ex-namorada é do melhor há.

lol




Random

#1 Ontem, houve caminhada e procissão do caracol no Reguengo do Fetal. Bem giro. Nunca tinha visto. O povo enche de azeite centenas de cascas grandes de caracóis, mete-lhes uma torcida de algodão e vai acendendo conforme a procissão passa. É uma tradição com 500 anos e serve para relembrar a suposta aparição da Nossa (na verdade, Sua) Senhora. Tenho fotos, mas e a preguiça de fazer o upload...

#2 Há uns dias lembrei-me de um aluno meu, a quem dei aulas há 4 anos. O J. era um rapaz complicado e pensei se a vida lhe correria bem. Deu-me algumas dores de cabeça, mas eu simpatizo com ele. 
Ontem usei um porta-moedas que a direção daquela escola ofereceu aos profs. Eu nao gosto da escola, nem do porta-moedas, mas calhou. Estava eu a puxar dele quando me apareceu o J. no meu lado direito. Está enorme, mais calmo e tem passado sempre de ano. 
Eu gosto destas coisas do Universo.  :)

#3 Estou na minha sala e a ouvir cigarras lá fora. Acho que o outono ainda não chegou a sério.

Woulda coulda shoulda


Se uma pessoa pode terminar uma coisa mesmo sem ela ter começado? 
Pode pois. E sabe bem fazê-lo.


anatomy of the way out

Foi melhor do que eu estava à espera. 
Mais uma vez, o monólogo da Grey salva um espisódio.


Lip service



Este tipo de coisas não me facilita a sessão de meditação antes de dormir...
A ideia era baixar a tensao arterial...

you can't bite, but you must hiss now and then

O Ven. Ajahn Brahm costuma contar uma história que resume bem esta semana.

Havia uma serpente na floresta que mordia em tudo e todos. A sua fama acabou por espalhar-se na floresta e, na área em que ela vivia, nunca mais ninguém se meteu. Acabou por viver os seus dias sossegada e sozinha, com a fama de mazona. 

À medida que foi envelhecendo, foi pensando no significado da vida, no propósito da existência e nessas coisas todas e pode dizer-se que a serpente virou um bicho religioso.

Um dia ela foi falar com um monge e após algumas conversas sobre a bondade e a paz, ele propôs-lhe que ela experimentasse andar entre as pessoas sem as morder. E foi o que ela prometeu: nunca mais morder as pessoas.

E assim foi. Digamos que a serpente se tornou uma criatura muito sociável, mas como nem sempre as pessoas reparavam nela, pisavam-na a toda a hora, a todo o instante. Como ela não reagia, muitos foram os que começaram a gozar com ela. Nesses momentos, a serpente era assaltada por um ímpeto de raiva, mas logo se lembrava do que tinha prometido e aguentava estoicamente os pés e o peso dos habitantes da aldeia.

O dia chegou em que ela não aguentou tanta pressão. Literalmente. 
Voltou a falar com o monge que lhe respondeu:

- Eu pedi-te que não mordesses, mas de vez em quando tens de silvar. 

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Em quatro anos, tudo quanto era projeto manhoso na escola, eu estava lá metida. 
Aplicar um modelo europeu de autoavaliação à escola, lá estava eu. 
Uma das direções de turma mais críticas da escola, tudo bem: é um desafio.
Atiraram-me para a frente da biblioteca e eu aceitei. 
O sistema chutou-me da mesma e eu levei na boa. 
E agora queriam que mesmo fora da biblioteca, eu fosse responsável pelo PNL? Pelo desenvolvimento da literacia de 300 alunos? Com tanta gente com mais horas disponíveis do que eu? No way, Jose!
Geralmente ando de sorriso desenhado, bem disposta e a contar palermices que fazem rir, mas parou aqui a coisa de aceitar tudo o que me põem nas mãos. 
Ontem, zanguei-me, hoje agi. E resultou.
Pena que com isto tudo, até me esqueci que estava inscrita numa cena de meditação nova para mim.

Entretanto, tenho de arranjar asap um balão de oxigénio para este ar irrespirável. 
O que vale é que amanhã há meditação budista, com o grupo do costume.
Mas hoje medito sozinha, só para ver se baixo a tensão arterial...

um blogue a duas línguas



Não havia necessidade de tradução, mas ela já vinha de série.


Revenge

Quando me falam em vingança, lembro-me logo da frase dessa grande guru do final do século XX/início do XXI, a Oprah, que diz que vingarmo-nos de alguém é como bebermos veneno e esperar que o outro morra. 

Não aprecio muito os atos vingativos. Quando queremos aplicar aos outros as consequências dos seus atos, não estamos destinados a acertar na medida e na intensidade, porque o nosso julgamento daquilo que o outro merece pode muito bem ser errado. Portanto, o melhor é deixar as consequências para Deus, o Universo, a Vida. 

O nome da série não me cativou, mas um dos episódios da primeira temporada apanhou-me desprevenida numa destas noites de outono. Resolvi ver os outros 21 e anuncio que é uma das melhores séries que já vi. Logo à partida, é sobre muito mais do que a vingança. E depois, o enredo e o argumento estão muito bem pensados. Não há pontas soltas, não há nada que fique por resolver.

A segunda temporada começou nos EUA. Expectante que esta não seja a última, estou muito curiosa para ver o final da série. Estou à espera assim de um remate perfeito acerca da (in)utilidade da vigança.


Note to self


A cor das vestes faz lembrar o budismo, mas esta não é uma posição de meditação.