Quotidiano

Devo ter sido a única portuguesa a não ter visto o jogo da seleção. Tinha tempo, mas não tem piada ver um jogo cujo resultado se sabe à partida. Ou alguém achava que a Fifa ia deixar passar a Suécia? Portugal renderá mais €€€ no Mundial do que a Suécia.

Futebol à parte, hoje pus-me a pensar na formas tão diversas como nós habitamos este planeta. Isto porque ando a ler um livro que foi um sucesso de vendas e que por isso mesmo me custou mais a chegar às mãos. 
"Mil sóis resplandescentes" passa-se no Afeganistão, país sobre o qual eu sabia muito pouco, mas que Khaled Hosseini me tem ajudado a descobrir. Acabei de ler há na semana passada, do mesmo autor, "E as montanhas ecoaram", que comecei apenas por ter a palavra montanhas no título.
O que mais de fascinante têm estes livros é o retrato que fazem das relações entre homens e mulheres e das relações familiares daquela zona da Terra. Há muito mais do que pó e talibãs.
Este "Mil sóis resplandescentes" conta a história de uma rapariga de 15 anos que se casa com um homem na casa dos 40 e de como vai entranto no papel de esposa que se transforma numa mulher diligente, triste, submetida a uma servidão silenciosa e aterrorizada por mostrar, dizer ou fazer algo errado.
Longe de eu ser feminista, há algo de muito interessante em compreender como outras mulheres vivem a sua vida. Mulheres que em vez de irem ao pingo doce comprar pão, levam a massa pronta de casa, enrolada num pano, que cozem no tandoor comunitário. Isto tudo feito com uma visão rendilhada providenciada pela burca, que de resto não se vende na Zara.





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